Ana Maria de Souza Tardelli*
Existem situações que nos provocam muita
ansiedade e é muito comum nos considerarmos mais ou menos ansiosos. Quem nunca
sonhou com exames escolares e entrevistas de emprego? E quando passamos por
algum tipo de situação constrangedora em lugar público? Mas cada um reage de
uma maneira frente a situações como essas e a forma como lidamos com o estado
de ansiedade é que pode ou não resultar num distúrbio.
"Devetashka caverna" S. Silva |
A ansiedade pode se manifestar de formas
diferentes. Um dos transtornos mais falados atualmente é o pânico, que pode ser
caracterizado como um episódio de ansiedade repentino e de breve duração,
apresentando um pico bem definido e podendo durar em torno de uma hora. Devemos
entender inicialmente que uma reação de pânico é normal quando existe uma
situação que favoreça o seu surgimento, como por exemplo, estar em um local
fechado onde começa um incêndio, estar afogando-se ou em qualquer situação com
eminente perigo de morte. O pânico passa a ser identificado como patológico
quando esta mesma reação acontece sem motivo aparente, de forma espontânea.
É pânico ou
ansiedade?
Como é possível sabermos se um momento de
ansiedade que nos ocorreu trata-se de um ataque de pânico? Tudo parece estar
bem, você se encontra despreocupado, tranqüilo... De repente algo que você não
consegue definir, lhe trás uma sensação um tanto ameaçadora, acompanha falta de
ar, tontura, fazendo com que se sinta extremamente mal e como se estivesse
correndo risco de morte, o que nunca lhe ocorreu antes. As mãos ficam geladas e
úmidas, o coração começa a bater de modo acelerado, a respiração fica difícil,
rápida e aparentemente insuficiente, dando uma sensação de sufocação. Tudo isto
acontece rapidamente, em alguns minutos. Após sentir uma enorme fraqueza e
cansaço, chorar, descansar ou dormir um pouco, você volta ao normal, como se
nada disso tivesse acontecido.
"Angústia" Siqueiros |
Esta é uma experiência terrível para qualquer
pessoa, deixando qualquer um confuso e desesperado, sem compreender o que lhe
está ocorrendo. O medo de acontecer novamente gera muita angústia e é comum
passar a evitar o lugar em que este ataque aconteceu, podendo ser em casa, na
rua, dentro de um ônibus, ou em algum outro lugar público. Estas experiências
podem vir a ocorrer mais vezes, o que leva muitas pessoas, na tentativa de
entender o que está acontecendo, procurar a ajuda de um especialista ou até
mesmo um pronto socorro, esperando que o médico lhe informe algum problema no
coração, se está tendo um infarto, ou algo parecido... Uma vez descartado o
distúrbio orgânico pelo médico e ficar caracterizado como transtorno de pânico,
é essencial que se procure auxílios de profissionais da área de psicologia e
psiquiatria.
A terapia é
fundamental
Esta é considerada uma doença contemporânea,
ligada ao quadro emocional, ocasionada geralmente por estresse cotidiano. É uma
patologia real e que deve ser tratada com muita seriedade, pois apresenta uma
sintomatologia muito intensa e um tanto desagradável. Através da psicoterapia é
possível que o paciente compreenda o que lhe está ocorrendo, que situações
podem estar gerando esta enorme ansiedade, ajudando-o a superar seus medos.
Quando a psicoterapia é aplicada corretamente
e associada com o uso da medicação adequada, consegue-se a melhora acentuada
com ausência total dos sintomas na maioria das pessoas, num prazo relativamente
rápido.
*Ana Maria
de Souza Tardelli (CRP 08/10808) é Psicóloga. Especialista
em Clínica de Orientação Psicanalítica e em Gestão Estratégica de Empresas.
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