Bruna
Santa Rosa Rizzieri*; Lara Fernanda Rodrigues Afonso**
O presente artigo faz parte de uma pesquisa quantitativa
realizada no ano de 2010 e que buscou identificar os comportamentos de risco
mais comuns entre jovens universitários. Os participantes pesquisados foram 20
alunos de ambos os sexos escolhidos aleatoriamente, cursando o 3º ano do curso
de Administração no período Noturno com idade variando entre 20 e 25 anos. Para
a realização da coleta de dados, fizemos a aplicação de um questionário
composto de 30 perguntas, com o objetivo de levantar dados a respeito dos
comportamentos de risco mais freqüentes apresentados entre os 20 alunos
entrevistados, dentre os quais podemos citar: segurança no trânsito, agressão corporal,
tabaco, alcoolismo, drogas, anabolizantes, comportamento sexual; nutrição e suicídio.
VULNERABILIDADE E RISCO
Diversas são as discussões a respeito de crianças e
adolescentes em situação de risco e vulnerabilidade social, contudo é um
desafio bastante complexo definir exatamente quem faz parte desta população. O
conceito de risco estende-se hoje para variáveis sociais e do comportamento, o
que lhe confere maior abrangência. O risco é uma proposição técnica que associa
o conceito de vulnerabilidade a probabilidade de dano ou resultado indesejado.
Paralelamente surge o conceito de fator protetor, utilizado como mecanismo
basicamente de prevenção, mas que pode também visar qualidade de vida. Assim
sendo, uma criança será considerada em situação de risco quando seu
desenvolvimento não ocorrer conforme o esperado para sua faixa etária e para os
parâmetros de sua cultura. Fatores de riscos associados ao desenvolvimento
abrangem características individuais ou ambientais, como sexo, habilidades sociais,
e genéticas.
COMPORTAMENTOS DE RISCO
A expressão comportamento de risco pode ser definida
como participação em atividades que possam comprometer a saúde física e mental
do adolescente. Muitas dessas condutas podem iniciar apenas pelo caráter
exploratório do jovem, assim como pela influência do meio (grupo de iguais,
família); entretanto, caso não sejam precocemente identificadas, podem levar à
consolidação destas atitudes com significativas conseqüências nos níveis
individual, familiar e social.
Para uma avaliação de comportamento de risco na
adolescência, é necessário antes de tudo, haver um entendimento da dimensão
psicossocial, na qual o jovem está inserido. Vivemos um período de intensa
pressão socioeconômica, no qual os adolescentes fazem parte de uma população
ativa profissionalmente, muitas vezes com grande parte de contribuição na renda
familiar. Por outro lado, a violência intra e extra-familiar tem atingido
proporções alarmantes, e os jovens podem ser tanto vítimas como agressores.
Os resultados
observados através da pesquisa realizada com jovens universitários confirmaram
alguns aspectos comuns à adolescência, considerada como período do processo de
crescimento e desenvolvimento, caracterizados por grandes transformações
biopsicossociais, iniciando-se com a puberdade e terminando no final da segunda
década da vida. Nesse período (aproximadamente aos vinte anos de idade),
encerra-se a adolescência dando lugar a fase adulta, é o momento em que o jovem
concretiza suas idéias a respeito de como deve ser seu comportamento. A
respeito disso pode-se dizer que é um período de crise vital, no qual o
indivíduo necessita reavaliar algumas condições nas quais vivia
confortavelmente. Aberastury (1992) considera esse período como um momento por
onde o adolescente passa por desequilíbrios e instabilidades extremas, o que
ele considera como “síndrome normal da adolescência”.
Ao mesmo tempo, o fato de estar ingresso na faculdade,
induz o adolescente a várias situações: desde a preocupação com sua imagem até
suas atitudes perante as pessoas. Devido a essas influências do meio externo,
que neste caso é a faculdade, o jovem age por impulso, e pode esquecer-se de
seus princípios reais, de modo a se importar somente com a opinião dos outros
sobre ele.
Outro elemento que tem
grande participação no contexto dos jovens universitários é o preconceito,
abrangendo os mais diversos assuntos, como: estrutura física, sexualidade, e
estilo de roupas. Quando se trata de universidade, podem ser encontrados os
mais diferentes estilos de pessoas, já que os universitários são na maioria
jovens e cada um com seu próprio estilo. Há uma preocupação constante presente
no modo de vida da maioria desses jovens, já que dos vinte entrevistados,
quatorze alegaram estar insatisfeitos com seu peso corporal.
Por fim, podemos notar que os comportamentos de risco na
adolescência envolvem principalmente o uso de drogas, tabaco, álcool e a
atividade sexual. A diminuição da incidência de tais comportamentos apresentados
pelos jovens universitários está atrelada a elaboração de estratégias, tais como
campanhas contra o alcoolismo, drogas e outros assuntos a esses relacionados,
realizadas pelos próprios jovens; palestras sobre os problemas enfrentados na
idade adulta devido a comportamentos inadequados anteriormente; dramatizações,
a fim de conscientizá-los sobre as tragédias que podem pôr em risco não somente
a sua própria vida, mas também a vida de outras pessoas.
*Bruna Santa Rosa Rizzieri
é acadêmica do curso de Psicologia do Cesumar
** Lara Fernanda Rodrigues
Afonso é acadêmica do curso de Psicologia do Cesumar
Para saber mais:
ABERASTURY, Arminda; KNOBEL, Mauricio. Adolescência normal. Porto Alegre, Artes
Médicas, 1981.
CARVAJAL, Guillermo. Tornar-se adolescente: A aventura de uma
metamorfose. São Paulo: Cortez, 2001.
LACERDA, Catarina. Adolescência:
Problema, mito ou desafio?. Petrópolis, RJ: Vozes, 1998.
SAITO, M. Ignes. Adolescência:
Prevenção e Risco. São Paulo: Editora Atheneu, 2001.
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